Paralisação do Brasileirão: posicionamento da CBF, clubes, jogadores, Ministro do Esporte e mais

By Izabelle França

O Rio Grande do Sul vive uma calamidade pública, decretada pelo Governo Federal e Estadual, devido às situações climáticas da região. Por conta das fortes chuvas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adiou todos os jogos envolvendo as equipes do estado na condição de mandante e visitante, em todas as competições e divisões, até o dia 27 de maio.

A CBF, atenta às suas funções institucionais, bem assim ao esforço humanitário que o momento reclama, reafirma seu irrestrito apoio às autoridades para que todas as medidas e ações sejam adotadas em benefício da população gaúcha, cujo socorro é a prioridade máxima.

Grêmio, Internacional e Juventude pediram a paralisação do Campeonato Brasileiro. De acordo com o Goal, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, discute a situação, mas não existe unanimidade entre os clubes. O meio-campista Nenê, do Juventude, revelou ao Último Lance, da TNT Sports, que conversou com os capitães de outros times.

Eu fiz um texto no grupo nosso de capitães de todos os clubes do Brasileirão. Antes de o campeonato começar, tivemos uma reunião com a CBF. (...) Houve essa coisa de levar o jogo fora daqui, mas como vamos deixar as famílias em uma situação dessa? Tem gente que não consegue sair daqui, se alimentar... não preciso nem falar o tanto de pessoas que sofreram e estão sofrendo. Está cada dia pior. Por mais que a chuva tenha parado, o nível da água está muito alto, a destruição foi muito grande. Deveria ter uma consciência de todos. Acho que não deveria ter a paralisação só no Rio Grande do Sul, mas o Brasileirão deveria ser paralisado. Uma vida vale mais que um gol. Jogadores e funcionários do Inter e do Grêmio têm famílias que estão desabrigadas, sem comida e sem água.

A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) também pediu paralisação da competição nacional, assim como alguns dirigentes de clubes gaúchos.

Temos funcionários que perderam suas casas e pessoas que tiveram que sair de seus lares porque estavam ilhadas. O Complexo Beira-Rio está todo debaixo d'água. Decisão da CBF foi uma medida emergencial e insuficiente para o tamanho da tragédia que estamos vivendo. Não vamos colocar o futebol na frente da vida. Não estou propondo a extinção do campeonato, mas talvez de algumas rodadas, para que o futebol neste momento fique em segundo plano e a gente tenha condição de estar com as energias focadas em salvar vidas e minimamente recuperar a infraestrutura.

Região onde fica o Estádio Beira-Rio e o CT Parque Gigante ficou alagada | Getty Images/GettyImages

Eu sou da opinião que deveria parar, no mínimo, a próxima rodada, talvez duas, mas é muito grave a situação. Se todos os presidentes estivessem na nossa condição, pensariam a mesma coisa, mas não estão, então não conseguem ter a verdadeira dimensão. Alguns foram favoráveis, alguns silenciaram e outros querem acompanhar mais, se mostraram reticentes. Ainda falta muito para melhorar aqui.

A ESPN Brasil procurou clubes da elite nacional e alguns deles se pronunciaram, assim como o Ministro do Esporte, André Fufuca. Confira:

O Galo é um clube do bem e solidário, portanto prestamos a nossa solidariedade aos clubes do Rio Grande do Sul. Se a vontade deles é de pararmos o campeonato, estamos com eles. Neste momento não é hora de pensar só no próprio umbigo, temos que pensar no bem de todos.

Diante da realidade que estamos vivendo, seria coerente suspender a competição.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, conversa com os clubes sobre a paralisação do Brasileirão | DANIEL RAMALHO/GettyImages

Diante do cenário de calamidade pública e das severas consequências das enchentes para a população do Rio Grande do Sul, defenderemos junto à CBF a suspensão temporária Campeonatos Brasileiros de Futebol masculino e feminino. Deveria ser paralisado. É um prejuízo humanitário e esportivo. Parar por duas semanas seria razoável. Enviaremos ofício nesta sexta-feira para a CBF, nos colocando à disposição para dialogar e encontrar um caminho conjunto.

Clubes a favor da paralisação: Grêmio, Internacional, Juventude, Criciúma, Atlético-GO, Athletico-PR, Criciúma, Cruzeiro, Fortaleza, Botafogo, Vasco da Gama, Cuiabá, Fluminense e Atlético-GO

Clubes contra a paralisação: Palmeiras, Flamengo, São Paulo, Corinthians, Bragantino, Bahia e Vitória.

Leia mais notícias sobre o futebol brasileiro:

Este artigo foi publicado originalmente no 90min.com/pt-BR como Paralisação do Brasileirão: posicionamento da CBF, clubes, jogadores, Ministro do Esporte e mais.