By Fabrício Carvalho
O Corinthians viveu uma das semanas mais tensas da sua história nos últimos dias, neste início de junho de 2024, com o acúmulo de notícias negativas, impactando consideravelmente a gestão do presidente Augusto Melo.
Em um intervalo de apenas 24 horas, o goleiro Carlos Miguel resolveu deixar o Corinthians e a casa de apostas VaideBet rescindiu contrato depois que a Polícia Civil abriu investigações sobre o acordo entre a empresa e o Corinthians. Toda essa situação agravou a crise no Timão e deixou o atual presidente em uma situação ainda mais delicada no comando do clube.
Diante desse cenário, o 90min preparou uma lista dos 10 principais momentos negativos dos seis primeiros meses de Augusto Melo à frente do Corinthians. Até aqui, o cartola faz uma gestão marcada por diversos contratempos e situações constrangedoras.
1. Lucas Veríssimo
Logo no início da gestão, Augusto Melo precisou lidar com a repentina saída de Lucas Veríssimo. O principal zagueiro do elenco do Corinthians na temporada 2023 acabou deixando o clube após aceitar oferta do futebol do Qatar.
Cabe relembrar que Veríssimo havia entrado em acordo para seguir no Timão em janeiro, mas a atual diretoria ignorou os pedidos do zagueiro em assinar o contrato para garantir a permanência do atleta.
2. Gabigol
Também no início da gestão, Augusto Melo grande interesse na contratação de Gabigol, um dos principais ídolos do Flamengo. O dirigente chegou a afirmar em entrevista que havia chegado a um acordo com o centroavante.
“O Gabigol nos foi oferecido. Chegamos a acertar tudo. Estava praticamente tudo certo. Ficamos um tempo esperando e chega uma hora que ‘pera aí eu vou desistir, não dá’. Era um primeiro projeto para a gente investir tudo de uma certa forma", declarou.
No entanto, tempos depois, o agente Júnior Pedroso desmentiu as informações concedidas pelo dirigente do Timão e afirmou que o atleta, em nenhum momento, foi oferecido para o Corinthians.
3. Matheuzinho
Outro momento constrangedor envolvendo a atual gestão do Corinthians consistiu em Matheuzinho. O atleta chegou a se despedir dos companheiros de Flamengo em janeiro e a treinar com a camisa do Timão, diante da torcida, na Neo Química Arena, no dia 18 de janeiro.
Contudo, divergências apareceram nos dias posteriores, e o Flamengo acabou desistindo da negociação com o Corinthians envolvendo o lateral-direito no primeiro mês do ano. A venda foi concretizada apenas no dia 16 de fevereiro.
4. Mano Menezes e Márcio Zanardi
Após bancar a permanência de Mano Menezes para a temporada 2024, o presidente Augusto Melo optou pela demissão do técnico após sequência de quatro derrotas consecutivas no Campeonato Paulista.
Antes de fechar a contratação de António Oliveira, a primeira opção de Augusto Melo consistia em Márcio Zanardi, então técnico do São Bernardo. No entanto, a diretoria não tinha o conhecimento de que o treinador estava impossibilitado de treinar a equipe durante todo o Paulistão por conta do regulamento do estadual, desfazendo um acerto que estava encaminhado.
5. Matías Rojas
Os problemas voltaram a surgir com força a partir de abril, depois que o paraguaio Matías Rojas pediu rescisão contratual e deixou o Corinthians. Cabe ressaltar que um acordo foi proposto para o pagamento de valores pendentes, mas o Timão não cumpriu com sua parte e perdeu o atleta.
A saída de Rojas ocorreu apenas dias depois que o presidente Augusto Melo disse ter resolvido a situação com o atleta, em entrevista à CNN.
6. Rubão
No início do mês de maio, o diretor de futebol Rubão deixou o Corinthians por conta de polêmicas e divergências internas com Augusto Melo. Na apresentação oficial da nova gestão, o ex-diretor disse que havia "acabado a farra" de Flamengo e Palmeiras na briga por título do futebol brasileiro.
7. Cássio
Após 12 anos, o goleiro Cássio se despediu do Corinthians em um processo que envolveu bastante desgaste de todas as partes. O ídolo do Timão desabafou em mais de uma oportunidade sobre as críticas que estava recebendo da torcida e da imprensa em determinadas partidas.
O contrato tinha validade até dezembro de 2024, mas a situação fez com que o goleiro procurasse antecipar a sua saída do Timão durante a temporada, acertando contrato com o Cruzeiro.
A direção do Timão chegou a fazer uma oferta para evitar a saída de Cássio para a Raposa, mas a perda da titularidade pesou e o ídolo deixou o clube.
8. Carlos Miguel
Mesmo perdendo o goleiro Cássio, a gestão de Augusto Melo não lidou com a renovação contratual de Carlos Miguel. O atual titular do Corinthians está deixando o clube rumo ao Nottingham Forest, da Inglaterra, que pagou a multa rescisória de apenas 4 milhões de euros (aproximadamente R$23 milhões).
Cabe ressaltar que o contrato até dezembro de 2025 e a baixa multa rescisória foram firmados na gestão de Duílio Monteiro Alves, mas a atual gestão do Corinthians não mudou os termos de contrato após seis meses no cargo.
9. VaiDeBet
Na última sexta-feira (8), o Corinthians perdeu o maior patrocínio da história do futebol brasileiro com a rescisão contratual (de forma unilateral) da empresa VaideBet.
Por conta das acusações envolvendo um suposto envolvimento de laranjas e a entrada da Polícia Civil na investigação, a casa de apostas acionou a cláusula "anticorrupção" alegando impacto negativo da marca.
A situação fez com que Rozallah Santoro, diretor financeiro, e Fernando Alba, diretor-adjunto de futebol, entregassem os cargos e deixassem o Timão. O presidente Augusto Melo chegou a afirmar em entrevista dias antes que a patrocinadora estava "muito feliz" em seguir com o Timão.
10. Salários atrasados
Por fim, o Corinthians enviou um comunicado interno para seus colaboradores confirmando que está com salários atrasados.
O pagamento deveria ter ocorrido até o quinto dia útil do mês de junho, mas a gestão de Augusto Melo alegou "questões operacionais imprevistas" em comunicado obtido pelo "GE". Enquanto isso, o Timão segue atrasando pagamentos de direitos de imagem.
Leia mais notícias do Corinthians
Este artigo foi publicado originalmente no 90min.com/pt-BR como Corinthians em crise: os 10 atos que marcam a gestão de Augusto Melo.
